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domingo, fevereiro 02, 2014

10 MIL FIOS: DA JUBA DE RENAN AO BIGODE DE LULA.

Por Nilson Borges Filho (*)
O mês de fevereiro chega com muitas novidades, tanto no campo político como na esfera econômica. É também em fevereiro que começam a florescer os 10 mil fios de cabelo implantados no cocoruco de Renan Calheiros. Em breve, o presidente do Senado estará ostentando, frente às câmeras, uma bela de uma juba, com novos fios  tirados sabe-se lá de onde.
Mas, em se tratando de Renan Calheiros, pouco importa de onde saíram esses tais fios, que logo se transformarão em moitas para, finalmente, dar aquela impressão, invejável aos carecas, de que existe solução para tudo. O que intriga os contribuintes que pagaram a viagem do senador a Pernambuco, para o procedimento cirúrgico, é se a sua transformação capilar alcançará também a parte interna da cabeça, local que acomoda a massa cinzenta dos humanos? 
Provavelmente, não. Renan Calheiros faz parte daquele time de políticos que pouco importa o que vai pela própria cabeça, uma vez que a parte mais sensível desse tipo de gente é o bolso. Nada a ver com aquele imbróglio em que o ilustre senador por Alagoas foi acusado de receber ajuda de um lobista de empreiteira para pagar a pensão de uma filha fora do casamento. Até porque, nesse caso, o dinheiro saiu direto do caixa do lobista para a conta bancária da mãe da criança.
Como 2014 é ano de eleições gerais, um presidente de uma casa legislativa tem um valor (político, gente) imenso, pois cabe a ele ditar algumas normas e fazer algumas concessões que podem definir uma eleição.
Como presidente da mesa, um político alinhado com o governo faz coisa do diabo, expressão a gosto da presidente Dilma Rousseff. Quem mexe com política sabe muito bem que o tinhoso quando dá para fazer coisas manda às favas os escrúpulos, expressão muito usada em tempos sombrios.
Nada de causar surpresa o silêncio estridente de petistas no geral e de Lula no particular com o genocídio que ocorre nos presídios do Maranhão, capitania de propriedade da família Sarney. Sarney é um homem de sentimentos nobres e o que acontece  no seu quintal de ruim é obra de inimigos políticos, que vivem soltos pelos lençóis maranhenses. Portanto, Sarney, mesmo em baixa para os padrões petistas, continua sendo um cabo eleitoral de peso no nordeste brasileiro, só perdendo em valor (novamente político, gente) para o bolsa-família.
O mutismo de Lula para o caso do Maranhão será cobrado lá na frente, em outubro de 2014. E, como sempre, o voto de cabresto nos grotões brasileiros terá uma valor (político, gente) fundamental para que nos acertos pós-pleito prevaleça a vontade daqueles que mais colaboraram  com a cesta básica da politicagem nacional.
Jader Barbalho já avisou a Lula que também quer um agrado. Collor, então, nem se fala. Quer porque quer uma sinecura para que possa alojar amigos de todas as horas. Maluf diz que não quer nada; fará por ideologia. Nesses casos, Lula não ficará mudo. Nem que seja ao pé do ouvido, o grilo falante vai ter que se expressar, mesmo naquele seu português erudito, que faz a festa dos linguistas.
(*) Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em direito e colaborador deste blog.

2 comentários:

Anônimo disse...

Já era!
Num País Ministros recém designados e que em breve irão assumir (deveriam sumir!) pastas importantes com malfeitos nas costas, querem o quê?
Há alguém que vá assumir alguma coisa nesse país que esteja totalmente limpo? Que moral tem uma pessoa dessas para delegar ordens e determinações?
Já era!
Odilon Rocha JP/PB

MAURO disse...

Caro Aluizio, boa tarde.
Excelente texto do Dr. Nilson. Disseca com propriedade os porões apodrecidos do universo lulista.
Arrematados a peso de ouro por Lula no asqueroso leilão barato de biografias sinistradas, José Sarney, Fernando Collor, Renan Calheiros e Jader Barbalho - que ganharam recentemente as companhias dos ínclitos Gilberto Kassab e Paulo Maluf -, formam a nova Ordem dos Arautos do Comunismo do Século 21.
Juntos, são a expressão mais que perfeita do quanto pode ser ordinária a política. Separados, representam a confirmação inquestionável do quanto é canalha o político.
Pobre Brasil rico.